O Rio
- Sâmela

- 15 de jul. de 2023
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de abr.
Corria o rio, dando voltas na cidade. Os meninos perseguiam a água como um desafio. Como atravessar o rio e não se molhar? Embaixo da água, nós morremos.

A cidade era feita de vidro e ferro. O rio corria como cristal derretido, mostrando aos homens como sua beleza era intocável. O meu coração era o rio que corria pela cidade, buscando liberdade e seguindo seu próprio caminho.
Me inspirei em sua imagem para conquistar e pertencer na terra de lodo. Mas a sombra do mundo ofuscava a memória, e as crianças e os homens já não existiam, nem o rio.
Meus dóceis animais escondidos no meu porão de madeira, na casa amarela abandonada. Encosto a cabeça no ombro da invenção mais bonita para acreditar que a vida vale a pena ser vivida.

Que o rio de cristal corre, e transforma a paisagem em uma imagem invertida. Que só pode ser vista quando se fecham os olhos.




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